I AES Brasil no Rio de Janeiro


O I Congresso da Audio Engineering Society no Brasil ocorreu nos dias 6,7 e 8/out/96, no saguão de conferências do Copa D'Or, Rio de Janeiro.

O evento teve pontos altos em vários aspectos. Primeiro, foi uma conferência com caráter informal, e houve bastante espaço para aproximações e congratulações, sem os componentes nervosos de competição acirrada e orgulhos protuberantes, tão eloquentes e m outros congressos por aí.

Segundo, o que houve foi um clima de confraternização extremamente produtiva, marcando o encontro de profissionais tão diversos quanto produtores musicais, diretores de manutenção de áudio, donos de estúdio, engenheiros projetistas, músicos, empresas d e equipamentos para estúdios e shows, técnicos de som, pesquisadores do áudio profissional, aficcionados, ricos e sobreviventes. Por uma surpresa agradável pode-se notar que o Brasil não está somente entre os grandes usuários de sofisticados sistemas para sonorização, mas também entre aqueles que produzem produtos no mercado de áudio profissional, não somente música.

O formato padrão das apresentações da conferência não teve um tom acadêmico pronunciado: não houveram apresentações de contribuições de pesquisas, nem artigos ou comunicações na maneira convencional, como é padrão em congressos internacionais, como o SIG GRAPH, Sibgrapi e SBC.

As apresentações foram convidadas, e versavam sobre diversos temas conectados ao áudio profissional. O caráter didático das apresentações veio a ser um diferencial produtivo, uma vez que a maioria reagiu positivamente às diversas linguagens e "gírias" das diferentes abordagens temáticas, e pôde interagir com os palestrantes.

Estrutura do Congresso

No dia 6, domingo, foram oferecidos 2 workshops. O primeiro, ministrado por Homero Sette Silva, abordou o tema "O Alto Falante em Regime de Grandes Sinais" (em regime de Potência), mostrando os fatos básicos sobre alto-falantes, parâmetros que os descrevem e modelos eletro-mecânico-acústicos de representação.

O segundo versou sobre Sonorização e Medidas em Acústica, por Sólon do Valle.

O congresso em si foi aberto no dia seguinte, e cobriu os dias 7 e 8, segunda e terça-feira. As palestras foram apresentadas em dois auditórios paralelamente. Entre eles foi montada uma feira de equipamentos de áudio, com exibições e divulgação de produtos profissionais e respectivas empresas, um palco onde criadores, matérias primas e criaturas se encontraram.

Pontos Altos

Talvez o ponto mais interessante foi a alta taxa de interação do público com os palestrantes, transformando as palestras em discussões abertas e ao alcance de todos. O tempo longo atribuído para cada palestra também contribuiu positivamente para esta a bertura.

Os temas, altamente interessantes, e suas respectivas abordagens abriram espaço para que os brios, vergonhas e egos espúrios fossem exorcizados: várias pessoas sentiram-se corajosas o suficiente para manifestar suas dúvidas e contribuições durante e principalmente após as palestras, quando discussões acaloradas tomavam conta do povo, e experiências localizadas eram jogadas no ar.

Outro ponto interessante foi o pronunciado valor dispensado pelos brasileiros aos brasileiros que expunham, palestravam ou trocavam experiências: os profissionais de áudio brasileiros estão em pé de igualdade com os melhores estrangeiros do setor, trab alham com profissionalismo e níveis de qualidade apurados. Como resultado direto disso, hoje existem estúdios no Brasil capazes de uma produção musical com qualidade igual ou superior a muitos estúdios em Los Angeles, tida como paraíso dos estúdios.

O que faltou, entretanto, foi uma documentação mais elaborada sobre o conteúdo das palestras: não foram editados anais da conferência, ficando para cada palestrante a opção de preparar algum material escrito e distribui-los.

A documentação elaborada abaixo, portanto, está limitada ao material e palestras a que tive acesso, sem a intenção de completeza. A ponderação elaborativa deste material circunscreve-se a minha pessoa enquanto participante do congresso (vale dizer que feiras tomam um tempo enorme de nossas atenções...).

Convido-os a opinar e sugerir quaisquer melhorias e adições que julgarem oportunas.


As palestras

Houveram palestras sobre microfonação, instalações, restauração e arquivamento de áudio, auto-falantes, áudio na Internet, acústica de estúdios, novas tecnologias, novas tendências, tecnologia musical e produção.

Conheça um pouco mais sobre as palestras do I AES Brasil:

Conversão AD e DA (Vinícius Brazil) PA Processado (painel) Digital Audio Workstations (DAW) (Ron Bradshaw, Spectral) Array de alto-falantes (José C. Giner)
Consoles Teatro Soundcraft Novas Tendências em Áudio Digital (Adinaldo Neves) Manutenção (Jorge Luiz Santos, Rede Globo) Áudio na Internet (P. Albuquerque)
Aúdio na TV (Carlos Ronconi) Instalação e Aterramento (Cysne) Instrumentos Musicais e Tecnologia Digital (M. Ratton) Acústica de Estúdio (painel)
Microfones (Jurgen Wahl, Sunnheiser) Restauração de Gravações Antigas e arquivamento (painel) Novas Tecnologias (painel) Feira


These pages created: 09/10/96, updated: 29/11/96
by R.Rossi Faria.

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