Vinícius Brazil é engenheiro eletrônico,e trabalha com áudio há mais de 15 anos, projetando circuitos e sistemas para processamento de sinais sônicos e música. Há mais de 15 anos, segundo ele próprio, já trabalhava com áudio no formato digital, e projetava sistemas digitais para tal. Um aspecto interessante é que desde a década de 70 ele já voltava suas atenções para specs de alta fidelidade digital, como trabalhar com 20 bits de resolução (numa época que nem o CD de 16 bits ainda havia sido concebido) e com altas taxas de amostragem.
Sua palestra voltou-se para aspectos importantes na concepção e projeto de conversores AD e DA, e sobre o tratamento do áudio em formato digital.
A maioria de nós já teve a infelicidade de notar ao menos uma vez chiados (hiss) e outros defeitos em CD's musicais, indicativos de que a premissa do áudio digital perfeito e puro não passava de um marketing de final de século. No entanto, muito tem se desenvolvido desde então, e o formato digital tem se firmado cada vez mais como tendência certa para o próximo milênio, exatamente porque os níveis de ruído, logo a confiabilidade do formato, é uma variável controlável e projetável para o nível que se desejar: a limitação está na qualidade da resolução em bits, nos algoritmos de processamento e na qualidade do projeto dos dispositivos físicos (chips, placas e montagem).
Na verdade um dos pontos cruciais para garantia de um áudio limpo, puro e com uma banda dinâmica suficientemente alta para captar com acuidade os pianíssimos e fortíssimos, está no projeto dos conversores. O caminho analógico, quando mal projetado, é capaz de minar a qualidade de áudio, assim como os algoritmos de processamento e de noise shaping no lado digital.
Vinícius é uma mostra viva de que temos profissionais tarimbados também no projeto de equipamentos de áudio profissionais no Brasil, capaz de concorrer com marcas como Apogee, Lexicon, e outras gigantes do mercado. A concorrência aqui, no entanto, se limita à qualidade do equipamento que produz, não se estendendo ao poder de marketing e de mercado que as grandes marcas detém. O cartel internacional e a acirrada concorrência no mercado da eletrônica sônica não deixam espaço para empresas pequenas ou projetos menores decolarem. Se você olhar a sua volta vai achar outros exemplos parecidos...
Na feira, ele expôs alguns de seus projetos (montados e funcionando), alguns dos quais relaciono abaixo:
Wolf A/D & D/A Converter (model AD/DA-20) com resolução 20 bits (o mercado profissional hoje em dia ainda trabalha com 16 bits, padrão CD)