História




A criação da Politécnica fora a decisão certa, no momento certo. Até mesmo sua localização, no bairro da Luz, era um bom retrato das transformações por que passavam o Estado e o País, e o cenário ideal de uma nova escola de engenharia, cujo padrão de ensino seria diferente de qualquer outra experiência brasileira. A primeira sede da Escola foi o Solar Marquês de Três Rios, antigo hotel arrematado em leilão pelo Estado, num bairro que refletia as profundas mudanças ocorridas na cidade. A Estação da Luz surgira em 1869, dois anos depois da inauguração da São Paulo Railway Company, mas passaria por reformas sucessivas até 1874. A existência da estação trouxe luxo aos arredores, que já ostentavam um afrancesado jardim desde 1825. Fazendeiros de café ergueram na Luz suas casas que copiavam o classicismo italiano.

O aumento da demanda de passageiros exigiu a construção de uma nova estação, em estilo vitoriano, inaugurada em 1901, depois de cinco anos de obras. As redondezas da Escola também exibiriam nos edifícios as marcas do apogeu profissional de seu professor nas disciplinas de Arquitetura Civil, Higiene das Construções e Elementos dos Edifícios - Ramos de Azevedo, cujo escritório foi responsável pelas obras mais destacadas da cidade nos anos que antecederam e sucederam a virada do século. Ele deu o tom das construções paulistanas e foi o arquiteto da riqueza paulista daquela época. O quartel da Força Pública foi erguido entre 1888 e 1892; em 1893, foi lançada a pedra fundamental da Escola Modelo da Luz, o primeiro projeto em São Paulo destinado a abrigar uma escola primária. Ao lado, também surgiria da prancheta de Ramos de Azevedo, em 1896, o edifício do Liceu das Artes e Ofícios. Assim, a Politécnica, que em seus primórdios também formava arquitetos, ate a criação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, em 1948, localizava-se vizinha a um conjunto de edifícios que tinham a identidade de um de seus professores, mas seu próprio prédio era uma construção mais antiga, pequena e insuficiente para o prestígio que a Escola começava a obter.

A diretoria, comandada por Paula Souza, com a participação de Ramos de Azevedo, Luiz de Anhaia Mello, João Pereira Ferraz, Francisco Ferreira Ramos e Carlos Gomes de Souza Shaulders, decidiu construir um novo prédio no mesmo local. As obras começaram em 1895, com projeto de Ramos de Azevedo, que pretendia criar um prédio capaz de acompanhar as evoluções do ensino de engenharia no País e as exigências da sociedade. Na construção de 1295 metros quadrados foram utilizados novos materiais e métodos de organização do trabalho. Em 21 de janeiro de 1899, cerca de cinco anos depois primeira aula, o chamado Prédio Novo foi inaugurado, com o nome de Paula Souza, em homenagem ao diretor da Escola, conforme proposta a Congregação feita pelo professor Alexandre Albuquerque.



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